
Enclausurado por vontade própria no meu mundo construido por letras de forma, miúdas e bem espaçadas para um melhor entendimento do desentendido que o escreve. Admito minha falta de tato, paladar e olfato, o que me priva dos prazeres mais sutís e passageiros dos tempos presentes e futuros.
Penso de maneira não linear, o que dificulta a minha ingestão e digestão de palavras e atos atestados por outros que nem ao menos se dão ao trabalho de pronunciar meu nome. Mas para que me preocupar com tão pouco?
Lí no jornal hoje logo cedouma coluna onde o jornalista afirmava estar morto, mesmo que algumas pessoas ainda não houvessem se dado conta diso. Achei interessante a forma com que falava sobre sua morte em vida...de certa forma me identifiquei...
Meu coração foi baleado, mas não sangrou, a ferida dói, mas lágrima alguma foi derramada, o homem máquina fica apenas sem conseguir dormir, a insônia é o reflexo do turbilhão de idéias não resolvidas.